sábado, 12 de dezembro de 2015

The Woodwoman

Imobilizado pelo meu fogo. Olhando bem dentro das chamas.
Minha mente deve ter estado em outro lugar
Muito além dessas planícies.
De repente percebo um par de olhos me encarando.
Eu me viro e eis a coisa mais feia que já vi

A mulher de pé na clareira como uma sombra na noite
Aponta seu dedo miserável para mim com um sorriso miserável
E ela me pergunta com uma voz que soa como se fosse há muito tempo atrás
Então ela falou, se eu procuro a magia então eu deveria ir.

Eu sou apenas um homem. Mortal, um homem.
Mas ela não deixa pegadas na neve
Ainda sim eu a sigo para onde ela está indo
Porque ela me prometeu mágica se eu seguir adiante.

Ela me leva para uma parte da floresta onde poucos já viram
Onde o sol certamente não penetra
Ainda assim o chão brilha ameaçadoramente
Ela diz que me viu chegando e que sabe para onde eu irei
Mas antes de partir ela diz que há algo que eu devo saber.

Ela me oferece a habilidade de levar um ferimento fatal
Todo corte por espada ou lança será absorvido por sua árvore-útero
A magia permanecerá até a hora de partir deste mundo mortal
E tudo o que ela pede é meu jovem coração

Eu sou apenas um homem. Mortal, um homem.
E eu precisarei de toda ajuda que eu conseguir
Então eu dou meu coração para a mulher da escuridão
Com ou sem ele... minha vida não vai acabar

Asa de morcego e olho de lagarto
Poeira de uma estrela caída do céu
Lágrimas de uma virgem, esperma de um deus
Treze gotas do sangue de uma criança
Um toque de saliva de um gato e óleo da lua
Mexa por um tempo e muito em breve
A pomada deve ser aplicada sobre o peito
Perto de onde o coração bate forte.

Não haverá dor quando a mão dela é empurrada contra minha carne
Ela vai tirar lentamente meu coração do meu peito aberto
Ela colocará meu coração na cova da serpente e observará os anos passar
Para ela guardar o momento e saber quando será a hora que devo morrer

Através de um lago em uma parte aberta da Floresta Eterna
Meio dia...

- Bathory



domingo, 18 de outubro de 2015

Noite Fúnebre

Noite fúnebre
Fria e lúgubre
Que de cada pensamento,
Emoção ou sentimento
Traz a saudade de um tempo distante,
Tempo de alegria e amor cintilante
O conforto de um abraço
E o encanto de olhos ciganos
Verdes feito uma oliva
Com o brilho de mil estrelas,
Estrelas de noite fúnebre,
Fria e lúgubre.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Orquídea Sangrenta

Uma flor...
E suas pétalas são tendões
Músculos atrelados no sofrimento
Em seu eterno germinar de estupor
Seu pólen é venenoso
E seu aroma apodrecido

Suas raízes estão fincadas em meu sofrimento
Meu desdém, meu desalento
Algum dia teria feito sentido
E poderia ser menos sofrido
Mas esse dia passou
Você me afogou no desesperador fremir
Dos esporos de sua pele

Sua seiva é sangue
Seu aroma é podre

E de suas pétalas brotam toda a desolação
Inerente deste mundo
As mais cruéis aflições
Pertinentes a esse mundo
Condensados no egoísmo e sardonismo
Desse tão amargo olhar teu
- Lamúria Abissal




sábado, 29 de agosto de 2015

Olhos de Ônix

Teus olhos me mostram a escuridão
E o brilho deles a emoção
Das mágoas e alegrias
Que tu trouxeste no coração

Foi nos teus olhos que eu vi a paixão
Foi através deles, que eu descobri,
Rapidamente, a saída da confusão
Foi nos teus olhos que eu vi,
Que você era tudo o que eu pedi

E é nos teus olhos que eu penso
Em como tudo pode ser bonito
Que nem no nosso beijo mais intenso
E o nosso amor, infinito....



A minha hora...

Frio...
Está cada vez mais frio...
Escuro, congelante
Ouço ruídos, e há um cheiro repugnante
Ao longe, vejo apenas a lua
Lembra-me a tua pele nua
O frio voltou
Dessa vez, ele me arrepiou
Algo vem se arrastando,
Eu sinto, ele está chegando
Meu Deus, ele está perto
Agora meu rosto foi coberto
De pavor...
Horror...
Sinto o aço frio, na minha garganta
Sei o que vem agora...
O barulho da faca me cortando
Me espanta...
Por um momento apenas,
Acabou, ele está me matando.



domingo, 23 de agosto de 2015

Memórias Póstumas em Uma Lua Fria

Deitados sob as estrelas,
Admiramos a lua crescente.
Vimos o mundo girar,
Vimos os flashs dos relâmpagos nos fotografar.
Me abraçou como se fossemos dois amantes impossíveis de "O Morro dos Ventos Uivantes".
Mas um dia,
Um vento forte irá nos soprar,
Nossos corpos irão se separar,
Seremos apenas uma vaga lembrança.
Irei observar as estrelas sozinha,
Na doce chuva de novembro,
Mas sempre poderemos olhar a mesma lua.
A mesma lua fria de agosto.
- Lady of Shadows



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Em Meu Último Pranto

Os ponteiros do relógio dobram-se, em meu peito,
Sinto pulsar toda a agonia de mais um dia neste mundo de escuridão.
Através de minhas narinas,
Percorre o cheiro de minha própria morte
Impressa no firmamento cinzento de um domingo
Eu mato a mim mesmo, leve minha vida
Em meu último pranto, eu percebi,
Eu sempre fui o nada que eu temia me tornar.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Anjo Negro

Ele me encontrara vagando
Em um oceano escuro e repleto de amargura.
Ele me ouviu...
Não se importou, não me julgou.
Nem ao menos se incomodou com o que sou.
Vazia!
Eis o que sou: vazia.
Como um demônio com asas negras, me encantou.
Me jogas-te uma maldição
A pior de todas: o medo.
O medo de perder-te,
De nunca mais ver-te,
De nunca mais ouvir tua voz.
Maldito seja o Diabo!
Fazendo-me agir como tola,
Como uma criança mimada.
Ao menos espero que nunca tenhas me enganado,
Não com falsas promessas.
Dei-lhe minha alma, sem ao menos perceber.
Faça o que quiser com ela!
Me dê o tormento eterno,
Fure-me os olhos com mil agulhas,
Vista-me com a mais profunda tristeza.
Assim, saberei que foi real
E na dor poderei lembrar-me de ti,
Quando me deixar,
Quando se for para sempre,
Quando me esquecer.
Oh, meu anjo negro...
Mate-me!
Pois assim poderei ao menos
Ver teus olhos por uma última vez.
- Lady of Shadows



segunda-feira, 22 de junho de 2015

Man of Iron


Eu tenho andado nessas florestas há tanto tempo, que não sei se eu sou um homem ou uma besta.Eu, porém, mantenho dentro de mim uma busca pela vingança.Então eu devo ser um homem o máximo que eu posso ser.
Eu aprendi a falar a língua dos animais
Eu aprendi a ler as marcas nas barcas e na neve.
Eu tenho levado dentro de mim os espíritos dos meus pais,
que há muito tempo se foram.
Nesse pequeno tempo, longe de casa, um homem de ferro eu me tornei
Um homem de ferro, eu me tornei...
Uma parte das Florestas Eternas
Tarde da noite...
- Bathory








domingo, 21 de junho de 2015

Amor de Matar...

Apenas eu e você.
Eu me aproximo,
E corto seu pescoço devagar.

Desculpe, mas não posso mais te amar
Sinto remorso por te matar
Seu sangue me dá sede,
Ele escorrendo por tua pele
Eu amo.

Eu não posso mais suportar
Eu não consigo mais aguentar
Eu preciso disso
Eu preciso de esfaquear

Desculpe te fazer sofrer
Mas eu te prometo
Você vai me agradecer um dia
E eu vou me lembrar de como você sofria

Não fuja,
Será pior,  volte aqui
Pra me amar pela última vez
A sua última vez.




Rosa Negra

Dá-me esta rosa negra e murcha
Que há muito expressou paixão e vivacidade
Com seu encantador tom avermelhado
E agora só lhes resta ali a amargura de um coração partido,
As mágoas de um amor perdido,
A escuridão, que me rodeia e engole cada vez mais,
Cantando a mais bela canção que me traz esse alívio
E enfim, esperança de que tudo vai ficar melhor, sem dor...
Essa bela canção, a morte...