terça-feira, 21 de junho de 2016

Espelho

Espelho meu. 
Que ao se estraçalhar em cacos, 
Cacos, tornam as memórias. 
Memórias longínquas,
 Memórias recentes, 
Memórias que hão de se tornar ainda.
 Não quebre, espelho meu. 
Pois quebrando-se, 
Há de quebrar junto minha imagem, 
Minha alma presa em ti, 
Alma que roubaste para tornar contigo 
Nossa alma. 
Que juntas, moldarão, 
Memórias que hão de se tornar ainda. 
Memórias então longínquas, 
Memórias de um espelho, 
Espelho meu.