quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Of Beren and Luthien

As folhas eram longas, e a grama era verde
As cicutas-umbela altas e graciosas.
E na clareira uma luz era vista
De estrelas em sombras brilhando
Tinúviel lá dançava,
À música de uma flauta oculta
E a luz das estrelas habitava seus cabelos,
E reluzia em sua vestimenta.

Então Beren veio de montanhas gélidas,
E perdido vagueou por entre as folhas.
E por onde o rio élfico corria
Ele caminhava sozinho e pesaroso.
Ele espreitava entre as folhas de cicuta,
E observava maravilhado flores de ouro
Por sobre seu manto e suas mangas
E seus cabelos como sombras acompanhando.

Seus penosos pés curavam por encantamentos,
Que por sobre montes estavam condenados a vagar.
E adiante ele apressou-se, forte e rapidamente
Agarrando-se à raios de luz lunar reluzentes,
Através de florestas em terras élficas.
Ela levianamente fugiu em pés dançantes
E o deixou ainda sozinho para vaguear,
Espreitando pela floresta silenciosa.

Lá ele escutava usualmente os sons,
De pés graciosos como folhas de tília
Ou música correndo por debaixo da terra,
Em vazios ocultos estremecendo
Agora murchas estendiam-se os ramos de cicuta.
E uma por uma com suspiros,
Sussurrando caíram as folhas arvorescas
Balançando-se pelas terras invernais.

Ele a buscou eternamente, vagando distantemente.
Onde as folhas passadas eram grossamente dispersas.
Pela luz da lua e raios estrelares,
Em gélidos céus estremecendo,
Seu manto reluzia sobre a lua
Como em um cume alto e distante.
Ela dançava, e pelos seus pés estendia-se
uma névoa de nuances prateados.

Quando o inverno passou, ela veio novamente
E sua canção libertou a abrupta primavera.
Tal qual o nascer florido, e chuva caindo
E água fervente borbulhando.
Ele viu as flores élficas desabrocharem,
sobre seus pés, que se curaram novamente.
Ele ansiava por ela para dançar e cantar
Livremente pelas terras gramadas.

Novamente ela fugiu, mas velozmente ele veio.
Tinúviel! Tinúviel!
Chamando-a por seu nome élfico,
E lá ela aguardava escutando.
Em um momento parada ela estava, e um feitiço veio.
Sua voz clamava por ela: Beren veio.
E ruína caiu sobre Tinúviel,
Que em seus braços estendia-se cintilando.

Como Beren olhava em seus olhos
Com as sombras de seus cabelos.
A agitada luz estrelar dos céus
Ele podia ver reluzindo e brilhando.
Tinúviel a graciosa elfa,
Donzela imortal e sábia,
Por sobre ele lançou seus cabelos sombrios
E braços como prata reluzindo.

Longo era o caminho que o destino trouxe sobre eles.
Sobre montanhas gélidas e cinzas,
Entre salões remotos e portas sombrias.
E bosques de ervas-moura seguras
O grande mar de Arda entre eles se estendia.
E ainda por fim eles se encontraram mais uma vez,
E há muito eles faleceram,
Cantando jubilosamente pela floresta...

- J.R.R. Tolkien



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